Eu sei que é um cliché vir para aqui dizer que os nossos filhos são melhores que os dos outros, mais bonitos, mais inteligentes, que em pequenos faziam as gracinhas com mais piada, e agora crescidos têm um desenvolvimento intelectual e um sentido de humor muito além. Culpe-se a ocitocina, o instinto maternal, o que se queira! É certo que às vezes apetece deitá-los pela janela fora, dar-lhes um bom par de estalos, gritar-lhes PAREM, deixem-me em paz! Mas não há volta a dar-lhe - o amor de mãe (e de pai, suponho, mas deste eu não posso falar porque não sou pai) existe, e é incondicional.
E depois desta lamechice pegada, que já fez com que a mais nova me viesse trazer um lenço de papel para não inundar de baba o teclado do computador, o melhor mesmo é atentar nos conselhos pragmáticos das nossas avós que andavam preocupadas com coisas bem mais práticas.
O que os nossos filhos precisam - Que os banhem todos os dias; Que ninguém os beije na boca; Que ninguém lhes tussa no rosto; Que os deixem dormir sozinhos; Que o seu quarto seja bem arejado; Que haja o máximo asseio na preparação da sua comida; Que esta lhes seja dada a horas certas; Que nunca lhe dêem copos, pratos, talheres ou guardanapos já servidos de outra pessoa; Que o seu vestuário seja amplo, simples, leve e quente. (Tesouro doméstico, 1939)
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